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Testemunho sobre a situação na Venezuela

10 março, 2019

“A minha família está morrendo de fome”, contou-me uma amiga venezuelana ontem. Ela conseguiu, recentemente, sair da Venezuela. Porém sua família e amigos seguem vivendo o drama de uma ditadura e briga de ideologias que não faz sentido.

Sozinha, não sabe o que fazer e eu também não. Uso o espaço que tenho para divulgar seu testemunho e pedir que, sem polaridade ideológica, a gente pense junto em como ajudar humanitariamente.

A ajuda humanitária surgiu exatamente para essas situações de grandes crises. É o mínimo do mínimo que é oferecido para uma vida digna em caso de guerras ou de catástrofes. É o direito de comer, o direito de ser atendido em hospital, o direito de beber água limpa.

Eu não tenho recursos ainda para entender tudo sobre a Venezuela. Todos os motivos de todos os conflitos. Aos meus olhos, parece uma loucura o que o atual presidente faz. Também não vejo nenhuma grande potência colaborando para o bem pelo bem. É claro que existe interesse. E muito. A Venezuela tem o grande poder do Petróleo, que ainda é uma riqueza nos dias de hoje.

Porém, o país precisa de ajuda humanitária urgentemente ou veremos nossos vizinhos morrendo de fome e falta de cuidados médicos.

Praticamente todos os países envolvidos (inclusive nós, o Brasil) assinamos tratados de Direitos Humanos e Direito Humanitário. É um dever moral colaborar.

Andei buscando sobre intervenção humanitária.

(…) nos ensina Chris Brown: “O problema principal, neste caso, é que a intervenção humanitária sempre será baseada em predileções culturais daqueles quem tem o poder de agir”. Portanto, falta um consenso sobre quais princípios deveriam governar o direito de intervenção (BROWN apud BAYLIS, 2001; SMITH, 2001).

Na minha compreensão seria aquela intervenção apenas para tirar os humanos da miséria em que estão condenados, sem sacar a soberania do país. Imagine que uma criança na casa vizinha esteja se afogando. Você tem direito de invadir a casa de qualquer pessoa para ajudar pessoas (e animais) que estejam em perigo, mas não tem direito de ficar morando lá e nem ditando as regras cotidianas para eles. É mais ou menos isso.

Deixo o testemunho dela em espanhol a seguir, com tradução livre abaixo. Por motivos óbvios, minha amiga pede para não ser identificada.

Blackout e fome na Venezuela: primeiro testemunho

“La gente en país llevan tres días sin luz, no se consigue medicinas, ni comida. Los hospitales no funcionan y no funcionan las telecomunicaciones.
El régimen dictatorial se lleva a la gente sin su consentimiento para reclutarlas. Desean guerra, están ansiosos. Ya no saben cómo excusarse. Una guerra sería perfecto para ellos ya que quedarían como victimas.

No hay comunicaciones en el país.  De vez en cuando mis amigos y familiares prenden sus celulares sin casi batería solo para enviarnos mensajes de que están bien,  por lo menos una vez al día. Es terrible estar incomunicados, sin saber si están bien o están mal.

La gente se está quedando sin comida en sus casas, lo que está en la nevera se está pudriendo.

Muchos muertos en la morgue, ya no caben, no saben dónde enterrarlos.Hay bebés en los hospitales que se están muriendo.

El régimen dice que lo de la luz es un ataque del exterior, pero los mismos trabajadores toman videos. No hay ningún ataque. Hace 20 años la represa el Guri tenía 20 turbinas funcionando. Jamás se les hizo mantenimiento. Ahora los mismos trabajadores dicen que solo funcionan 3 turbinas.

Mis amigos están aterrados, la delincuencia está desatada. No hay forma de sacar dinero o hacer depósitos. Cómo pueden comprar comida? ”

 

 

 

Tradução livre em Português (alguns equívocos podem ocorrer na tradução):

“As pessoas no país (Venezuela) estão sem luz há três dias, não recebem remédios ou comida. Os hospitais não funcionam e as telecomunicações não funcionam.
O regime ditatorial leva as pessoas, embora sem o consentimento, ao recrutamento. Eles querem guerra, eles estão ansiosos. Eles não sabem mais como se desculpar. Uma guerra seria perfeita para eles, uma vez que seriam vítimas.

Não há comunicações no país. De vez em quando, meus amigos e familiares ligam seus celulares sem quase nada de bateria, apenas para nos enviar mensagens de que estão bem, pelo menos uma vez por dia. É terrível estar incomunicável, sem saber se vão bem ou mal.

As pessoas estão ficando sem comida em suas casas, o que está na geladeira está apodrecendo.

Muitos mortos no necrotério não se encaixam mais, não sabem onde enterrá-los, há bebês em hospitais que estão morrendo.

O regime diz que a luz é um ataque de fora, mas os próprios trabalhadores fazem vídeos. Não há ataque. Há 20 anos, a barragem de Guri tinha 20 turbinas funcionando. Elas nunca foram mantidas. Agora, os mesmos trabalhadores dizem que apenas 3 turbinas funcionam.

Meus amigos estão aterrorizados, o crime é desencadeado. Não há como sacar dinheiro ou fazer depósitos. Como eles podem comprar comida?

 

Porque deixaram a Venezuela: segundo testemunho

“Un hermano, el año pasado se reunió con gente de los ministerios y de la empresa de electricidad (empresas del gobierno). Le recomendaron que sacara a su familia del país.

El problema, según los técnicos, es que no se le había hecho mantenimiento a casi ningún servicio público. Decían que el Guri  (represa que surte de electricidad al país) apenas se mantenía y que si no se le hacían las reparaciones iba a colapsar.

Que podríamos quedarnos meses sin luz. Que casi todos los servicios colapsarían, eso traería una terrible hambruna para el país. Además también teníamos  otro problema,  la dictadura  había expropiado las empresas de comida, sustituyendo a los trabajadores por gente sin experiencia leales al régimen. Esas empresas de comida actualmente no producen nada.

El gobierno solo se enfocaba en regalar casas, equipos electrodomésticos y comida, ya que con estas acciones la popularidad aumentaba y ganaba lealtades.

De buena fuente nos enteramos de la situación que se avecinaba y tomamos la decisión de sacarnos del país.”

 

 

 

 

Em português: 

“Um irmão, no ano passado, se encontrou com pessoas dos ministérios e da companhia de eletricidade (empresas do governo). Eles recomendaram que ele levasse sua família para fora do país.

O problema, segundo os técnicos, é que a manutenção não foi feita em quase nenhum serviço público. Eles disseram que o Guri (represa que fornece eletricidade para o país) mal era mantido e que se os reparos não fossem feitos, entraria em colapso.

Disseram que poderíamos ficar meses sem luz. Que quase todos os serviços entrariam em colapso, isso traria uma terrível fome para o país. Além disso, também tivemos outro problema, a ditadura havia expropriado as empresas de alimentos, substituindo os trabalhadores por pessoas inexperientes, porém leais ao regime. Essas empresas de alimentos atualmente não produzem nada.

O governo só se concentrava em doar casas, eletrodomésticos e alimentos, pois com essas ações a popularidade aumentava e ganhava lealdade.

De uma boa fonte, soubemos sobre a situação que estava chegando e decidimos deixar o país“.

 

 

Por favor, se entendem que estes textos e estes vídeos podem ajudar, compartilhe. Se têm uma ideia de como ajudar, sem criar uma crise ainda pior. Se houver uma forma de salvar essas vidas da maneira mais pacífica e inteligente possível, por favor, indique.

 

Tenho umas coisas para falar

8 junho, 2016

E não é nada do que está em pauta atualmente.
Na verdade, comecei a escrever sobre muita coisa em pauta atualmente e achei que estava falando só mais do mesmo. É claro que não faz sentido mais alimentar a cultura do estupro. É claro que ainda temos tanto a abrir os olhos sobre isso que nem sabemos a dimensão ainda. Mas o meu textão não era inovador. Não valia a pena. Não desta vez. Então eu só fiz linkar textos que me agradaram muito sobre o assunto na página do facebook do Direito é Legal. Porque afinal, agora 60% dos internautas pensa que facebook é a internet inteira. Hehe! E talvez um outro punhado pense que só existe internet onde existe redes sociais. Não condeno. Essas coisas tomam contam de uma forma… meio perigoso, meio perigoso.

Aproveito para informar você, que gosta de ler, que tem texto meu para o portal Assim Passei também.
Mas meu vídeo aqui abaixo não é nada sobre essas coisas. Não é sobre a triste história da menina e dos 30 rapazes. Não é sobre todas as tristes histórias que o Brasil tem vivido nestes últimos meses (ou anos) porque, sinceramente, eu adoraria poder espalhar mais alegria pro mundo. Sério mesmo!
O meu vídeo é sobre a minha história de idas e vindas, mas sem muita explicação, já vou explicando. Sabe quando você primeiro tem que viver e entender para depois poder explicar melhor? Pois é. É mais ou menos isso.

É mais ou menos isso.

Vídeo aqui. 

 

Novos vídeos no canal

21 outubro, 2015

Olá! Quem acompanha o Direito é Legal sabe da existência desse singelo canal do youtube. Mas vai que você não viu que tinha vídeo novo, ou esqueceu de ver, ou não estava interessado por isso na hora e agora mudou de ideia. Bom, aí vai uma segunda chance!

E aqui, o link para o outro novo canal: Saída à Francesa. Porque quem gosta mesmo de internet dificilmente consegue ficar num projeto só!

Comentários Aleatórios Legais – o primeiro e talvez único!

8 junho, 2015

É engraçado como as informações vão mudando de formato para atrair as pessoas. Tenho a impressão que até para escutar ou ler foi preciso acelerar para conseguir atenção. E nessa corrida não deixo de pensar que nossa atenção e até nosso sistema nervoso começam a sofrer com tanta informação, tanta coisa disponível e tão difíceis critérios de escolha.

Nunca se leu tanto e nunca se soube tão pouco, poderíamos concluir rapidamente (porque nossas conclusões também tem pressa). Ok, concordo que não estamos retendo muitas informações. Outro dia até republiquei uma imagem na nossa página do facebook que dizia “Respeite os mais velhos, eles se formaram sem google e wikipedia”. Embora a gente possa saber muita coisa, tendemos a fazer da internet uma extensão do nosso cérebro para armazenar informações. Mas e a consciência? O que passou a ser a nossa consciência? O blogueiro? O jornal? Tenho colegas na França que repetem tudo que o “Le Monde” escreve como se fossem verdades absolutas… Mesmo que seja um ótimo jornal, é o editor dele que determinará a sua forma de pensar?

Como saberemos que estamos lendo os textos certos, escutando as pessoas certas, se ligando aos canais corretos? Não saberemos porque não há um único certo, mas também não há um só errado. Temos identificações. E valores que queremos que sejam respeitados. É possível sim perder muito tempo na internet, e fora dela. É possível ser enganado por falso moralismo, vidas deslumbradas e até dicas de etiqueta! Mas o que me parece pior de tudo é que é possível passar a vida tentando não perder tempo e estar sempre perdendo com a impressão de que perdemos algo que estava acontecendo ali na outra página enquanto você estava nessa. A famosa síndrome do missing out. E essa não nos deixa culpar mais ninguém pela nossa miséria.

Que limitação!

Outro dia estive num evento em Madri Ao ver o programa, duas palestras sobre cidades criativas me interessaram muito. Fiz a inscrição. Ao chegar lá, fiquei meio perdida em relação aos espaços de conferências. Fui assistir a mais central que achei e quando percebi, as duas palestras que haviam me interessado estavam acontecendo simultaneamente, cada uma numa espaço diferente do outro e eu estava em um terceiro e com vergonha de sair no meio da palestra (aliás, não curto isso de jeito nenhum).

Dentro de mim mesma tentei encontrar diversos culpados: falhas na comunicação do evento, falhas na percepção dos temas, falhas nas indicações dos lugares do evento, falhas, falhas. A maior falha era minha mesma, porque eu tinha tanta certeza que veria as palestras que nem cogitei que elas seriam expostas sem grandes anúncios logo no início do evento.

Mas será que falhei tanto? As outras palestras que assisti, sem que tivesse havia me programado para assistir me levaram a informações que eu nem esperava adquirir. Uma delas foi sobre a criação do Change.org, outra foi sobre a economia de intercâmbio. E mais, esses movimentos me levaram a ter ideias novas, que nunca esperaria ter. Conheci pessoas diferentes de mim e aprendi eu também a ser um pouco diferente do que era ao entrar lá. Acho que ouvi muito mais do que não sabia abrindo os ouvidos para coisas que a princípio nem me atrairiam. Por fim, valeu a pena cada minuto!

Portanto, meu colega, tudo que estou falando é apenas para nos tirar essa culpa de não estar onde queríamos estar. Fique calmo! Talvez sair um pouco do que você mesmo havia planejado ver possa contribuir para aumentar a sua visão.

E por fim, deixo aqui o meu vídeo de Comentários Aleatórios Legais. Aliás, o texto era inicialmente só para dar um olá e colar o vídeo que terminei numa madrugada de segunda-feira. Um vídeo amador sobre comentários a respeito de notícias que me chamaram atenção na semana (leis na França, o Boticário, financiamento de campanha etc). Este vídeo faz parte do canal de Youtube do Direito é Legal. Um canal que criei por vários motivos: um é porque tenho adorado essa plataforma, outro é porque acho que a gente pode diversificar nas formas de conversar com o público (aquilo que comentei no primeiro parágrafo), outro é porque eu preciso aprender mais sobre isso!

E se quiser ver o Evento de Madri, também tem vídeo aqui!

Um superabraço!

 

Dia de solidariedade aos velhinhos

25 maio, 2015

Acordei achando que era só mais um dia de feriado normal na França. Mas não! Hoje é uma espécie de Mc Dia Feliz para ajudar os idosos, escrito em lei e tudo. Achei tão diferente que resolvi fazer um vídeo sobre o assunto.

Obrigada por assistir!

Mais sobre o assunto (em francês):

La Journée de Solitarité

 

As regras do jogo

4 maio, 2015

Uma vez uma professora de Direito do Trabalho contou que o Direito Desportivo era o mais internacional dos direitos que poderíamos estudar. Seus órgãos estão ligados à atividade administrativa e não judiciária do país. Além disso, as regras dos jogos, em torneios internacionais, são únicas e assim devem ser respeitadas.

Achei aquilo interessante, mas nunca entrei a fundo nessa história.

Este fim de semana, tive a oportunidade de conhecer melhor uma cidade que eu só conhecia pelas beiradas (de verdade) : Clermont Ferrand. E descobri o que é a paixão por um esporte que domina a cidade inteira, o Rugby.

O Rugby, na explicação de uma amadora, é um futebol americano sem capacete. E era um esporte tão brutal que havia sido expulso das olimpíadas (e só agora voltará novamente para o mundo olímpico). Mas ele mudou um pouco suas regras e sua filosofia e se tornou a coisa mais fofa e amada, pelo menos entre as pessoas de Clermont Ferrand.

Fiz um vídeo tentando explicar isso. E gostaria de comentar algo mais, ainda como amadora completa : Gostaria que o Futebol também tirasse algumas lições do que é feito com o Rugby. Gostaria que fosse menos um jogo de marcação de faltas e mais um jogo de dribles, de chutes a gol, com chapéu, bicicleta e gingado! Dinâmico. Que fosse algo um pouco mais civilizado que o puxa-estica-chuta-bate que vejo na televisão. E que essa ideia se prolongasse até os seus torcedores, seus clubes e todos os cifrões envolvidos, inclusive entre os patrocinadores também. Como diria Juca Kfouri, futebol e política estiveram sempre ligados. Então, é de se calhar a hora para repensar os dois !

Mais:

Estatuto do Torcedor

Direito Desportivo

Entrevista Juca Kfouri no Roda Viva

História do Rugby

 

Dia para dançar e falar de dança!

30 abril, 2015

29 de abril é um dia de falar de dança! Mas dança embala muitos assuntos. Para não perder o ritmo do VEDA, entrei no compasso da apresentação pública em homenagem ao Dia Internacional da Dança. Um dia lindo que me rendeu muitos assuntos, de epidemia de dança a injustiças na aula de ballet!

Entrem na dança, doutores!

Um dia em Orleans

21 abril, 2015

Olá! Fiz um vídeo sobre o primeiro dia em que estive em Orleans, cidade de tantas batalhas e berço da língua francesa. Cidade que fez o nome de Joana D’arc e que hoje será sua atração turística.

Espero que goste.

#VEDA

Obs: Participe também da brincadeira no nosso Veda #20!

Responda à questão!

20 abril, 2015

Dentro da minha sequência de vídeos para o VEDA, fiz alguns sobre os Embargos de Declaração, minha peça processual favorita. Os vídeos estão aqui e aqui.

Durante este período, fui contactada pela Anne do JusBrasil que está realizando o evento JusBrasil Conecta. Decidimos oferecer cinco convites para o evento (de 1 a 3 de maio em Maceió, Alagoas) aos leitores do Direito é Legal.

Como não podemos passar pra todo mundo indiscriminadamente, deixamos aqui a possibilidade de você responder de forma didática e/ou criativa as diferenças existentes entre contradição, omissão e obscuridade!

Eu e o Lucas do Assim Passei vamos selecionar as cinco melhores respostas e encaminharemos os nomes e contatos para a JusBrasil.

Vídeo explicativo abaixo.

Os comentários podem ser feitos tanto aqui quanto na página da postagem do vídeo no youtube. Se você for o vencedor, adoraria que me enviasse também o que aprendeu no Congresso! :-)

facebook-banner--sorteio--direitoelegal

#VEDA

VEDA #1- Diferença entre as competências exclusivas e privativas

1 abril, 2015

Primeiro desafio de abril. Um longo mês de vídeos… Aqui me inspirei em um texto muito antigo do blog sobre as competências Exclusivas e Privativas da União.

 

 

Me dá um joinha se você gostar!

Vídeo de dicas para estudar

3 setembro, 2014

Que dificuldade que é fazer um vídeo para o youtube! Apresento a você meu canal do Direito é Legal. Acabou de ser criado e certamente tem muita coisa a ser melhorada. Deixo aqui esse ensaio!

 

Mais:

– Recebi a indicação do Livro “Como Estudar Qualquer Matéria de Direito” de autoria do Dr. Daniel Fontenele Sampaio Cunha, juiz federal do Ceará, que garante humor e didática para nos ajudar a estudar melhor!

– Aqui pelo blog também já passaram dicas de outros blogueiros: Como você estuda Processo Civil?

– Cá existe um Guia do Concurseiro em pdf também com dicas legais do ex-concurseiro Alexandre Meirelles!


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