Para a maioria das pessoas que prestam vestibular a melhor opção é o curso oferecido pela Universidade Federal ou Estadual. O motivo é simples: a gratuidade e a excelência de grande parte dos professores. Vou relatar a minha experiência.
Minha primeira opção não era o Curso de Direito e sim o curso de Publicidade. Eu o escolhi porque me achava criativa, boa em redação e gostava de televisão. Não foi uma escolha muito sensata, devo admitir. Não porque o curso seja ruim, mas porque nunca me atendeu em diversos aspectos, inclusive no econômico. Na época em que escolhi estudar PP rolou uma fofoca que a Universidade Federal aqui de Minas fecharia o seu curso na área. Um pouco desapontada, fiz a opção de tentar o vestibular para Geografia na UFMG e Publicidade nas demais. No desespero, achando que não passaria em nenhuma faculdade, cheguei a tentar Direito nas que não ofereciam Publicidade.
No dia da prova da federal, fui meio sem vontade. Passei para a segunda etapa, mas viajei e não cheguei a fazê-la. Se eu acho que passaria? Acho que não. Por imaturidade, e aqui garanto que foi muita, nunca estudei o suficiente para o vestibular. Embora temesse não passar, sabia que, pelo menos de excedente, alguma faculdade me chamaria. Ao invés de estudar com afinco, eu me debruçava sobre os livros depois de 5 minutos de leitura e lá dormia o quanto podia.
Foi errado. Garanto. Passei numa faculdade considerada boa para o curso de Publicidade. Lá fiz grandes amigos, consegui um bico ou outro na profissão, mas só. Parou por aí.
Precisei buscar um segundo curso e, a essa altura, eu já não me lembrava muito do meu ensino médio para tentar um vestibular da Federal.
Ingressei numa segunda universidade particular. De excelente nome no mercado, achei que lá seria feliz. Não fui. Tive grandes decepções com a didática dos professores, a falta de gentileza dos funcionários, inclusive da Diretora. Claro, conheci sim professores bons e colegas excelentes, mas não foi o suficiente. Mudei de faculdade. Sem mudar de curso. Desta vez, para uma sem tanto nome no que diz respeito ao Curso de Direito, mas que me fez enorme bem. Professores sensacionais. Colegas animados. Infraestrutura bem razoável. Eu estava feliz.
Meu curso foi bom, foi inesquecível. Estando no último período, já sinto a saudade apertar e o arrependimento de não ter aproveitado mais bater. O Direito abre muitas portas, faz a gente enxergar a vida com mais equilíbrio. Um grande diferencial é que passamos a não aceitar mais algumas condutas comuns do mundo. Ficamos mais exigentes. Foi o melhor curso que fiz.
Mas a frustração de nunca ter estudado numa Federal é algo que me acompanha. Eu cheguei a fazer uma pós na UFMG, só que isso não conta. Nunca me senti uma verdadeira caloura, nunca soube o que era ser aluna do nosso atual governador, nunca participei de uma vinhada. Perdi com isso. Ganhei com outras coisas.
Outro dia o MEC divulgou uma lista dos melhores Cursos de Direito. Na minha cidade, tive uma surpresa: o meu curso estava entre os dois melhores avaliados. Ao lado de, claro, a Universidade Federal.
25 fevereiro, 2011 às 12:23 pm
Com certeza, a universidade pública é bem mais importante do que a privada. No entanto, não cabe todas as pessoas, então é necessário que busquem outras alternativas na iniciativa privada. Uma bela dica é a de buscar uma graduação de referência, no caso de Brasília, indico o IESB como tal.
25 fevereiro, 2011 às 8:33 pm
É estranho perceber como o tempo vai passando e a gente, sem querer, vai deixando de dar valor àquelas coisas que custaram tanto conseguir. Estou dando os primeiros passos na faculdade de Direito da UnB. O seu post me deixou orgulhoso, e mais seguro quanto à minha escolha.
26 fevereiro, 2011 às 2:01 pm
[…] Site: https://direitoelegal.wordpress.com/2011/02/25/o-curso/ Fonte: https://direitoelegal.wordpress.com/feed/ VN:F [1.9.6_1107]Salvando…Rating: 0.0/10 (0 votes cast) Adicionar aos favoritos […]
27 fevereiro, 2011 às 12:08 am
Bastante tempo que acompanho o blog, mas somente hoje resolvi deixar um comentário… Antes de tudo, é de bom tom parabenizá-la pelo textos publicados, adoro a forma como você escreve.
Mas em relação ao post, tenho essa mesma frustração de não ter entrado em um faculdade pública ou federal. A pressão familiar e a imaturidade atrapalharam, de forma que não me empenhei no estudos para o vestibular.
Estudo como bolsista integral em uma faculdade particular que superou minhas espectativas, contribuindo muito para minha formação como profissional e como pessoa; faculdade que me deixa muito contente. Quanto ao passado, não ter entrado em uma USP da vida, por exemplo, só me resta lamentar, e olhar pra frente, amadurecer; e não cometer o mesmo erro. Mas que bate uma aperto no peito quando chega a época de resultado de vestibular, isso dá.
Outro fato é que geralmente os expoentes do Direito, são formados nas federais e estaduais de renome, que realidade me resta?
Muito obrigado pelas postagens, embora você esteja bastante ocupada, é um prazer lê-los, parece que você é uma amiga de longa data!
=)
1 março, 2011 às 1:41 pm
Oi!
Gostaria de dizer que fiz a UFMG, não aproveitei nada, mas saí com várias indicações a prêmios, inclusive Rio Branco. Sou melhor profissional por isso? Não. Aprendi mais? Não!
Vc parece ser boa profissional e mais importante, gostar do que faz. Isso de perder tempo pensando no que não teve, é coisa de que tem coisa boa demais na vida.
13 março, 2011 às 11:09 pm
Olá, gostei muito da idéia do seu blog. Acabei de criar o http://www.dasfamilias.wordpress.com, onde vou falar sobre Direito das Famílias e Sucessões, se puder, dê uma passadinha. Obrigada.
21 maio, 2011 às 2:24 am
Essa frustração de não ter entradado em uma Universidade Pública deve ser levada como sendo águas passadas.
Ninguém deixará de ser melhor ou pior por cursar uma faculdade Pública ou Privada; pelo o contrário. Há profissionais hiper competentes, que hoje estão economicamente muito bem e que são reconhecidos. Estudaram em uma instituição pública? NÃO!
Enquanto há aqueles que usufruíram do ensino superior público e não são nada..Mas fizeram uma Univ. Pública..Isso basta? Não mesmo..
O que importa mesmo é o quão você se dedica,absorve e aproveita do que a Universidade te oferece..
Ainda mais na nossa atual, triste e repudiante realidade do Brasil diante do ensino público, que além de péssimas estruturas, você sai da faculdade e é morto.
Dois critérios que eu NUNCA considero para escolher os profissionais que irão trabalhar comigo é o de notas e o se estuda em universidade pública ou particular. Seria ridículo adoção em contrário.
E lhe garanto: A maioria não estuda em ensino público. Digo mais: São os melhores, pois são aplicados como ninguém.
1 junho, 2011 às 1:43 am
Compartilho da mesma frustração. Mas a minha universidade privada, dizem eles, está entre as melhores no Direito, inclusive ultrapassando a tão famosa UFRGS em alguns quesitos.
Hoje já não sinto mais tanto essa frustração. Talvez faça o mestrado e doutorado na federal, mas só pelo renome (e pela grana).
Mas a parte que eu achei mais interessante no post é a que toca na realização de fazer o curso de Direito. Tenho todas as tuas opiniões em relação a isso. E, na mesma medida, me surge uma baita dúvida: como pode alguém discriminar um estudante/operador do Direito?
Acontece muito. Pessoas dizem que nós (estudantes e juristas) achamos que sempre temos razão em tudo. Mas isso faz parte de nosso aprendizado. Somos sofistas!
Afinal, todo estudante de Direito tem um pouco de causídico, ainda que rumem para outras escolhas dentro das dezenas de possibilidades oferecidas pelo curso.
4 agosto, 2011 às 10:06 pm
Oi…
Adorei o seu blog, a forma como é elaborado e estruturado, muito legal. Vi, de alguma forma, uma conexão em todos os seus textos. Isso é raríssimo, rsrs.
Estou no 3º ano e pretendo prestar vestibular para Direito também e estava à procura de alguma coisa que me explicasse um pouco mais sobre o Curso. Digitei no google: “Direito, legal”, e então, logo de primeira, apareceu seu blog.
Acho que não foi em vão essa procura, encontrei possibilidades que nem imaginava.
Já conversei com várias pessoas sobre o curso, procurei, pesquisei, me desanimei e me animei diversas vezes. Sei que terei que trilhar uma longa estrada, mas acho que estou disposta a isso. E lendo seus textos, percebi que realmente nós não devemos desistir de nada. Por mais que não sejamos aparentemente “geniais” em qualquer área.
Estarei seguindo sempre este blogger agora.
2 março, 2012 às 10:31 pm
oie!!eu toh no 2°ano do médio,tenho 16 anos,e acabei de decidir ke kero fazer direito,me tornar uma juiza competente,maaas tenho tantas dúvidas como conseguir chegar até lah??!me ajuda please…