Quanto tempo você dorme?

Uma pesquisa realizada pela empresa americana de colchões Sleepy’s apontou os advogados como a segunda classe que menos dorme, perdendo apenas por três minutos de sono para os cuidadores de pessoas doentes.

Isso me lembra minha vida de escritório… em que, além do trabalho estafante do dia-a-dia, a preocupação perdurava durante a noite e, por várias vezes, me fez acordar com uma espécie de taquicardia. Não sei se é coisa de recém-formada que sou, se é coisa só minha ou se é mesmo próprio da profissão, mas a verdade é que parei de dormir o suficiente (coisa que nunca fiz bem quando podia) e passei a pensar que rico mesmo é quem tem tempo.

Uma outra pesquisa apontava que o Advogado Associado foi o profissional mais triste ano passado (2012). O que é isso, minha gente?

Por que a gente luta tanto para não mais poder dormir quando devemos e para entrarmos no ranking dos profissionais mais tristes da Terra?

Eu tenho uns palpites: Primeiro que Direito é legal. Segundo que direito é bonito quando ele existe. Mas o que está ocorrendo com ele não é  belo nem legal. São muitas as instituições que tapam os olhos para o que é feito do advogado e até do direito processual hoje em dia. O advogado associado é muitas vezes entendido como uma invenção para escapar das leis trabalhistas e criar uma fábrica de produção peças processuais. Fora que sofre também o desrespeito do outro lado: dos Juízes, dos servidores e algumas vezes também do cliente (nada disso é unânime, mas é frequente).

Os advogados (muitas vezes recém-formados) recebem um bom treinamento com a participação de audiências e acompanhamento de diversos processos e situações diferentes. Mas é um estágio duro, em que carregam uma enorme responsabilidade em troca de uma miséria (não estou brincando), uma miséria de salário que mal paga o transporte e a alimentação dos mesmos. Fora que, dependendo do escritório, esses profissionais são humilhados e pressionados ao limite de suas condições físicas e psicológicas. Espero de verdade que um dia a OAB e o Ministério Público do Trabalho abram os olhos para esse tipo de prática extremamente comum, que leva esses profissionais a uma quase loucura e que em nada contribui para a Justiça.

Mas, me diga aí, doutor, quanto tempo você tem dormido por noite?

Ps: E o que fazer se você não tem tempo para dormir? Sonhar acordado! ;-)

Mais:

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