Função Social! Este é um dos conceitos que mais me atraem no universo do Direito. Embora visto de forma diversa pela doutrina, o que entendo aqui é que o princípio estabelece que a propriedade deve ser usada para aquilo a que se destina, preferencialmente para o bem comum da sociedade.
Dessa forma, trazendo o exemplo para o nosso mundo, se temos uma roupa e ela nunca é usada, melhor seria passá-la adiante ou usar o seu tecido para algo útil. Deixá-la inerte caracterizaria uma afronta a este princípio tão bem bolado e não faria bem nem ao próprio dono, a não ser que fosse um colecionador.
E é desse jeito, que, se formos pensar, as pessoas deveriam se enxergar também. Se somos seres racionais, sensíveis e criativos, por que nem sempre usamos estes presentes?
Há mais ou menos três semanas, meu pai me mostrou uma música que eu já conhecia, mas desta vez, com explicações que eu não conhecia. Era sobre a abertura da ópera Tanhauser (nome alemão difícil). O mundo pop, embora bastante divertido, conseguiu criar uma aversão às coisas eruditas que eu não entendo muito. A abertura dessa ópera é algo próximo do divino e acho difícil não gostar dela (apesar de ser possível).
Mas o que tem a ver a ópera com o princípio da função social?
A questão é que se a gente só ouvir a música (sem se ligar muito ao enredo) pode criar a nossa própria interpretação. Ou aproveitar a interpretação de outros que já indicaram estar aí simbolicamente a luta de cada indivíduo pelo seu livre arbítrio e sua própria evolução. Ser dono de si mesmo. Eis a questão, Mister Shakespeare!
Acho isso tão lindo, que separei esta mensagem para deixar de final de ano.
Final de um ano tão peculiar como este. Com tantas chuvas, terremotos, desastres… Tanta torcida pelo Brasil nos campos da África do Sul, nos campos de Brasília e nos campos do Alemão. Perdemos algumas, ganhamos outras. Como sempre acontece. Um ano em que corri contra o tempo, na reta final da faculdade, na preocupação com a vida profissional e tudo mais que a gente tem que se preocupar. Também viajei, reencontrei amigos, fiz novos, conheci uma nova família. Sofri com a perda de pessoas queridas, comemorei a chegada de novas.
A vida é assim, né?!
Ela chega, vai, surpreende, entristece e alegra. E a gente no meio, cumprindo com a nossa função social de sermos pessoas um pouquinho mais úteis para o mundo.
Entende este conceito? Função social como algo que foge do letargo, da inércia, da paradeza. Isso não está nos livros.
Amanhã, quando o sol despontar seja onde for, teremos mais um botão de start pressionado. Mais uma chance de fazer, retomar, resistir e realizar. Será mais uma oportunidade de nos apaixonarmos pelo trabalho, pelos amigos, pela nossa cidade, nosso parceiro e por nós mesmos, principalmente.
Que a função social da nossa vida seja o princípio condutor deste novo ano.
Não, isto não está nos livros. O que eu quero dizer é que desejo a todos muitas, mas muitas, muitas felicidades!
There is always hope: de Banksy
“Justo a mim coube ser eu” – Mafalda
4 janeiro, 2011 às 10:35 am
Uma das mais lindas mensagens de fim de ano que eu li. Gostei bastante do seu texto. Por sinal, gosto muito do seu blog. Eu costumava passar por aqui quando era estudante de Direito. Eu tranquei a faculdade por um tempo e resolvi voltar só agora. Esse ano eu recomeço e a primeira coisa que eu fiz assim que decidi voltar a estudar Direito foi visitar o seu blog. =)
Te desejo um excelente 2011!
Bjos.
6 janeiro, 2011 às 2:16 pm
Débora! Seu comentário me fez ganhar o dia. Obrigada e boa sorte com o recomeço. Um abração
26 junho, 2011 às 11:25 am
a escola particular que minha filha estudou esta me cobrando 25 reais pelo histórico escolar que temos que entregar na atual escola que ela esta estudando, não estamos devendo nada sempre foi paga as mensalidade todas corretamente, é obrigatório ter que pagar ??
26 junho, 2011 às 2:02 pm
Alexandre, entendo que não. Este é um documento que vocês tem direito. Atualmente, não está sendo aceito nem que as faculdade cobrem taxa pela emissão de diplomas. Portanto, analogicamente, o histórica também não precisa ser cobrado numa escolinha. Converse com eles e mostre que é um abuso.