Sem ver direito

Hellene Hanff era uma escritora novaiorquina que procurava livros difíceis de encontrar na sua “cidadezinha”. Começa a se corresponder com Frank Doel, co-proprietário de um sebo londrino, que a oferece livros raros diretamente da Inglaterra. E, delicadamente, sempre acompanhava uma carta de apresentação da obra.

A amizade por correspondência dura mais de vinte anos e, com os inúmeros percalços, os dois nunca se encontram. Somente alguns anos após a morte de Doel e o fim da livraria, Hellene decide visitar o local, admirar as prateleiras, acariciar o que sobrou do local tão querido por seu melhor amigo.

Desta história fez-se um livro e do livro, um filme, traduzido para “Nunca te vi, sempre te amei” (“84 charing cross Road). Filme este que me marcou muito. Para se ter uma idéia, ele data de 1987 e a primeira vez que o assisti, foi no cinema, no centro de BH, junto à minha querida mãe.

A vida inteira me perguntei o que teria acontecido se eles tivessem se conhecido pessoalmente: Dariam-se tão bem? Viveriam uma grande paixão? Casariam-se? Perderiam o encanto?

Este tipo de dúvida me atormentava, mas hoje chega a me impulsionar. Algumas criações do entretenimento podem ser resolvidades na vida real.

Guardadas as devidas proporções, também tenho amigos à distância. Amigos que nunca vi. Que me escrevem para falar de Direito, falar de estudos, da vida, dos pensamentos.
O e-mail é minha cachaça! O direito é nosso link.

Há dias que nada me faz mais feliz que um trocadilho processual. Que o timing na troca de mensagens. E nem tudo que está longe, está inatingível. Tudo pode mudar. Sejam bons. Seja bom. Como diria nosso personagem: “Pise leve, porque você anda pelos meus sonhos”.

Had I the heavens’ embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half-light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet,
Tread softly because you tread on my dreams

W.B. Yeats


3 Respostas to “Sem ver direito”

  1. Sem ver direito |  Laboratório Jurídico Says:

    […] Site: https://direitoelegal.wordpress.com/2009/09/29/sem-ver-direito/ Fonte: https://direitoelegal.wordpress.com/feed/ VN:F [1.6.4_902]Salvando…Nota: 0.0/10 (0 votes) Adicionar aos favoritos […]

  2. JBP Says:

    Tem vezes que escreves ouro fino!

  3. Jill Says:

    Você brilha cada vez mais!!! Adorei!

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